Essa é uma matéria que escrevi para um jornal local que foi editado no mês de maio/2016. Gostei tanto de abordar o tema e fiquei tão feliz com o retorno que tive dos leitores, que resolvi compartilhar com vocês!
Espero que gostem!!!!
A intolerância é a
prática do egoísmo.
Intolerância pode ser uma simples divergência de opinião,
bem como pode ser um ato de depreciação de uma pessoa por conta de suas opções
sexuais, religiosas, políticas e etc. Esse tipo de ação pode desencadear muitas
situações tristes, constrangedoras, e até me atrevo a dizer que em alguns casos
poderia se caracterizar por um crime. Pois uma coisa é existirem discordâncias
de opiniões, onde as pessoas defendem seu ponto de vista baseadas no que
acreditam e isso é praticado com respeito. Outra coisa bem diferente é o fato
de você discriminar alguém de maneira ofensiva por esta simplesmente pensar
diferente de você.Este então é simplesmente o ato da prática do egoísmo!
Aí eu pergunto a você que está lendo essa matéria, por que
existem pessoas extremamente intolerantes?
A meu ver, diante do que já vivi e pesquisei sobre o assunto, as pessoas
são intolerantes quando não existem argumentos sólidos e realistas que defendem
seu ponto de vista. Certa vez ouvi falar que “a melhor defesa dos fracos é o
ataque” e posso dizer que isso é real. Para muitos que não têm argumentação
racional e lógica para defender seu ponto de vista, o ataque, a ofensa, a
discriminação e então a intolerância, são suas armas para impor seu raciocínio
muitas vezes preconceituoso, e obrigar ao seu ouvinte à aceita-la. Logicamente
que isso pode trazer muita discórdia e hostilidade, pois nem sempre as pessoas
aceitam o que as outras querem impor, especialmente quando existem
divergências. O fato é que as pessoas não usam mais o respeito ao próximo como
base de argumento. Compreendo que somos humanos e passivos de erros, e que
muitas vezes algumas situações vão além da nossa compreensão. Só que de nada adianta obrigar a alguém a
pensar como você se não existe primeiramente o respeito pelo que o outro
acredita ser o correto. O ato de divergir e então, através de uma discussão
adequada,apresentarmos ao outro nossa opinião baseada em fatos reais e
razoáveis é, na minha opinião, a melhor forma de levar ao outro um pouco do seu
entendimento e então receber de seu ouvinte também um pouco mais de vivência.
Isso é o principio básico de viver pacificamente em sociedade.
Diante dos últimos fatos que estamos vivendo em nosso país,
percebo o quão esse assunto, no âmbito político, é real e praticado da pior
maneira possível. Vejo pessoas defendendo suas opiniões e atacando veemente a
quem pensa diferente. Vejo falta de argumentos, vejo falta de compreensão dos
fatos. Vejo mais emoção do que razão, e às vezes a emoção não é boa
conselheira. Devemos analisar os fatos, ouvir e sermos ouvidos, pesquisar,
estudar, para então termos os argumentos necessários e defendermos de maneira
respeitosa nossa opinião. Quem sabe assim conseguiremos abrir mentes bloqueadas
pela emoção, e estimularmos a usar a razão e compreensão dos fatos. Não vejo
apenas certos e errados nesse âmbito, vejo emoção e razão entrando em conflito.
Vejo interesses individuais e coletivos em atrito constante, e vejo, infelizmente
a discórdia mutua. Triste? Sim, muito, mas como descobrir qual é o lado certo e
errado? Eis a questão.
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Imagem retirada da internet |
Não sei. Sei no que acredito e no que ouço. Sei do que minha
razão me faz crer e do que meu coração me faz sentir, mas não posso dizer o que
se passa na mente e coração do meu próximo. Posso pensar diferente de você que
está lendo essa matéria. Pode ser que algumas pessoas pensem que eu sou louca e
não soube abordar o tema com clareza, mas eu me defendo dizendo que pesquisei,
estudei e senti. Usei minha razão e emoção para falar sobre um ato que me
atinge, pois a intolerância fere minha alma, e por tanto me faz triste. Luto
para não ser intolerante, mesmo quando defendo meu ponto de vista. Consigo tal
feito? Não sei, mas digo com certeza que faço de tudo para que minha palavras
não magoem, e muito menos tornem-se armas para usurpar a sua verdade. Eu
defendo a minha crença, visão política, literária, de gênero, de sexo e você
defende a sua, civilizadamente, sem intolerância e egoísmo. Faço isso por acreditar
que assim, respeitando, conseguirei aprender com seu ponto de vista e te
ensinar com o meu. Simples, prático e objetivo.
Roberta Farig